Projecto ensina alunos a poupar energia nas suas escolas
Um projecto desenvolvido por duas empresas de Coimbra em parceria com congéneres finlandesas pretende ensinar os estudantes portugueses a poupar energia nas escolas já a partir do próximo ano lectivo, disse fonte do promotor nacional.
O EnerEscolas passa pela monitorização da electricidade e gás consumidos em cada estabelecimento de ensino para aquecimento de salas de aula e edifícios administrativos. Depois, os dados são tratados por um programa informático, segmentado por faixas etárias, que permite aos alunos interpretar os resultados e compará-los com os de outras escolas.
A partir dos dados recolhidos os alunos poderão simular medidas para melhorar consumos e os índices energéticos das suas escolas.
"É um projecto com uma forte componente de eficiência energética. Prevê a integração nos currículos escolares para que os alunos assimilem noções de consumo e poupança de energia, baseadas em dados reais da sua própria escola", disse Basílio Simões, responsável da empresa ISA (Intelligent Sensing Anywhere).
Os estudantes poderão ainda aprofundar os seus conhecimentos sobre energia na disciplina de Física, aprender o ciclo do carbono e questões ambientais em Geografia, praticar Matemática através de exercícios sobre consumo ou estudar as formas de geração de energias alternativas em Ciências da Natureza, exemplificou.
"A ideia é os dados recolhidos serem tratados à luz dos conteúdos programáticos das várias disciplinas", frisou Basílio Simões, para quem a eficiência energética "constitui uma oportunidade de ensino".
O projecto vai arrancar já no próximo ano lectivo, com carácter de experiência-piloto, em três escolas do país.
"Ainda estamos a seleccionar as escolas", disse Basílio Simões, revelando, no entanto, que uma delas será a secundária Avelar Brotero, em Coimbra, que haverá também um estabelecimento de ensino de Lisboa mas que o terceiro ainda está por definir.
Além da ISA, o projecto EnerEscolas reúne a empresa de base tecnológica Take The Wind e dois parceiros finlandeses, no âmbito do programa europeu Eureka.
Fonte: http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1395011
Câmaras têm até 2011 para pôr a funcionar recolha de óleos alimentares usados
Todos os anos as cozinhas portuguesas deitam fora entre 43 mil e 65 mil toneladas de óleos alimentares usados. Algumas autarquias voluntariam-se para atacar o problema. Ontem, pela primeira vez, o Governo decidiu dar uma resposta a nível nacional, assente em redes de recolha municipais. As câmaras têm até 2011 para instalar oleões na via pública.
O óleo que sobra das frituras ou que escorremos das latas de atum nada tem de inocente. Longe da vista dos consumidores polui os solos e as águas subterrâneas e superficiais. A maioria vem do sector doméstico (62 por cento) e da hotelaria e restauração e bebidas (37 por cento).
Ontem, o Conselho de Ministros aprovou o regime jurídico para a gestão destes óleos, dando prioridade à reciclagem e promovendo a responsabilização de consumidores, produtores, operadores de distribuição e de gestão.
O Decreto-lei aprovado, mas ainda não publicado em Diário da República, impõe a criação de redes municipais de recolha. Assim, até 31 de Dezembro de 2011, os municípios com mais de 300 mil habitantes devem disponibilizar, pelo menos, 40 pontos de recolha. Em 2015, esse número deverá ser o dobro. Consoante o número de habitantes, o número de oleões varia, até chegar aos municípios com menos de 25 mil habitantes. Estes devem disponibilizar oito pontos de recolha até ao final de 2011 e 12 até ao final de 2015.
A ideia é que o óleo usado recolhido seja reciclado e transformado em biodiesel. De momento esta ideia está a ser posta em prática por pequenos projectos municipais e por pequenas e médias empresas.
Óleos alimentares usados têm destino ambientalmente incorrecto
Actualmente, os destinos que lhe damos não são satisfatórios: ou vão ralo abaixo – e causam o aumento dos custos de tratamento das águas residuais – ou contribuem para a saturação dos aterros. Mas até agora também não há grandes alternativas, com excepção para algumas cidades que se voluntariaram na recolha destes óleos, como Sintra e Barreiro.
De facto, a recolha selectiva ainda é “muito incipiente” no sector doméstico, reconhece o Governo. “É tudo esporádico e pontual, apesar de acharmos que as pessoas estão sensibilizadas”, disse ao PÚBLICO Cármen Lima, da associação ambientalista Quercus.
Esta responsável contou que hoje já existe recolha de óleos em escolas, hipermercados, ecocentros de sistemas municipais. Há até alguns condomínios que se organizaram e pedem directamente a operadores licenciados para lá instalarem um recipiente, de 30 litros que, quando estiver cheio, é recolhido. “Todos os dias recebemos mensagens de pessoas que nos perguntam onde podem entregar os seus óleos”, referiu.
O cenário é melhor para a restauração, por exemplo. Segundo Cármen Lima, entre 70 a 80 por cento dos restaurantes do país já entregam os seus óleos alimentares usados. “Mas isto não significa que todos os operadores sejam licenciados”, alerta.
Fonte:http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1394991